quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Polaroid.



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O dia apagou-se ao meu rastro,
Como se por luz me perdesse em foco,
E ainda que me deixasse em partes,
Não me tem por baliza...
Discorre fora de grau e do campo.

Rouba-me os cílios, induz os passos.
Montando errado o agora em terceira pessoa,
Escondendo traços sob jargões, enganado
Demais em meandros de interlocuções...
Catódico em versões, populismo bíblico.

Meu quebra-cabeça de prismas,
Quebra a razão sobre cores
E faz da alma, espectro.
Que pelas minhas atitudes
A verdade esteja em foto

E minha real face, em negativo.

O Herói Manchego.



Por entre o mote e seus moinhos
Cortando o fôlego do vento
Com seu verbo em cunho
Valendo os dragões do tempo...

Justificava os fatos pelas vontades
As estradas em sua armadura
Ou o reflexo do seu escudo
—Que enxergavam distorcidas no espaço.

Incluso na fantasia de seus sonhos
Pelas paredes de suas miragens
Ao deserto de seu espírito
Na precisão ante ao céu

Na mancha do espírito incauto
Que se tem por noite as razões,
Ou por destoar perdido em imaginação
Na fortaleza que ganha força por inércia

Tem-se por quadro abstrato
Onde repousam as duvidas
Um cadafalso de certezas
Fazendo da brisa seu farol

Pois, se em loucura desposar
Tem por companhia o mistério
Que finda além do horizonte
E se põe como sol pra raiar

E fazer do meio-dia as quatro estações.