quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Corpo Fechado.

Costumava estar por trás do vento. Nas costas de uma mão cega que descreve o muro do infinito que recai sobre si. Confiando segredos no sol enquanto me visto de lua. —Pois, se por estrela, me digas onde anda e te direis quem és—Propínquo de treva a quem me cobre em rigor.


Ditames puxam segredos ao meu cunho, como se a perversidade escorresse pelos poros das fraquezas, brindando cálices de pensamentos escuros que enrubescem a humanidade. Instintos persuadem a menina dos olhos,que, ultrajada, rasga com suas garras de vinil a eloqüência.—Perco-me no vermelho de uma vereda que acelera.


Instauro o pólo repelente, imanto a tez, guio os fios que concordam as estruturas deste fantoche, ao controle dos fios dados as Moiras (que tem por crença o corpo ermo da mortalidade que me faz navegar no destino, quando é este que navega em mim) que cortam o laço de ventríloquo que me falseiam. —Um fio prata que reflete as projeções, o castelo de escol que se arremete sobre o ego e me mantém erguido.


Guardado na mala do ator, embalado e trancafiado justamente na bagagem. Findo-me inatingível! Fechado entre trincheiras que se afundam os sentimentos, onde as armadilhas fecham criadas pela fé. Driblando a zaga dos escudos, escrevendo-me erros. –Fechando o verbo. —Aos sinônimos que se perdem ao conceito, que denotam, só pra sussurrar a silhueta...


Confundem-me os eixos na superstição: Seria, pois, por leigo que me advenho em afirmar as miragens, quando se por esta, prelude o deserto.Eu.


(Repostagem) Tomos Inacabados.



-Sinos.

Pendia torto, escorado numa abobada no alto de uma catedral. Suas vestes bailavam torpes e depressivas fazendo da ventania seu par. As Três Marias costuravam o céu com uma cor poente azul-celeste herdado pela própria fé. Vestiam-lhe um cinturão de Orion, ainda que este reluzisse distante em mar distante, de Poseidon, seu alfaiate. Dando lhe cores salgadas de um mar, que com suas turbas, faziam crescer um manto branco que lhe toldava graves sentidos incautos.

Nos seus olhos ainda descobriam tenazes astros e ares imperfeitos. Donde a lua se fez companhia, sentando-se em meio ao céu e servindo da maré, seu chá predileto. Via Láctea se fazia de meretriz e amante das estrelas que estendiam em nuvens alvas pelo céu dos sentidos impuros da própria mente mundana deste herói. —Sinos—Ainda que o tempo se mantenha rebelde em sua puberdade, passava ligeiro por entre os alaúdes e conchas acústicas moldadas em telhas que embalavam seu garoto.

Admirável canto novo aquele que o ascendia em seus recônditos, fazendo crer no réquiem de acolhida cantada pela vida que nasce tenra o semeado fruto humano. Baile da prole. A ágape começava sinuoso entre as primeiras horas da noite, deixando as madeixas de suas memórias
caírem aderentes a sua fronde suada e cansada. Levanta-se junto ao dia os ânimos da própria estação. Deixando as folhas do outono se estender em seu sorriso breve.

Bardo dos próprios olhares, da nona musica que era cantada pelos seus passos solitários e ressonantes na labuta da noite operária. Aos caminhos divergentes na própria face, de escolher entre céu e terra, amor e sonhos. Errava pela fonte de eterna crença, na bíblia de todos os seus pecados... —Aos altos estigmas das burguesias—Oferecia o seu barrete, do seu bobo e do seu nobre, se fazia aderente a vontade dos anjos. Mesmo que sua crença esteja na falta de fé.

Tentando abrir um buraco no oceano do próprio orgulho. Desacreditando nos retalhos da própria canção! De todos seus planos, de todos... —De todos... —Se encontrou refletido no espelho, Vitória-Régia, sentiu-se Iracema, por grada beleza. Viu Santa repousar no Alasca enquanto
caminhava por entre seu ódio. Alegorias da própria valia, alegoria do eu. Montagens e Castelos de nada, Torre de Babel.

Ele embaralhou as cartas do próprio destino, andou de mãos dadas em estrada de mão dupla para o passado. Vaga-Mundo. Enquanto meus olhos ensejam a chegada da vida. Sentado nas nuvens, pulava entre os Elísios, que ainda distantes siameses com a glória. Embarca na morte,
no rio Aquedonte. No buraco do tempo, no próprio tormento. As velas içadas, por Ovídio notado, enquanto incerto num plano exato.

Frenesi mundano, frenesi humano. Ao qual ele partia sem nenhum dote, ao que de todos estes se refugiam em seus motivos. Esqueceu-se das pinturas em seu senso, das arquiteturas planejadas para seus abraços. De todo um mundo que girava no próprio vazio, no mesmo lugar, bolinha de gude do coração das galáxias. Ele soltava pião, corria por pipas, morria por odes. Vivia comigo, enquanto acreditava estar sozinho.

Menino dos olhos? Menina dos olhos, dos olhos do mundo, do meu além-mundo, do mundo dos homens. Jazia de fé, jazia de sonhos, mas nunca de antros de belas palavras. Fazia do julgo, inteiro refúgio. Fazia do púlpito seu melhor estandarte. Vivia de arte, enquanto cantava. E vivia, mas vivia por ela. E por ai vai...